De: Rui Encarnação - "As Trocas"
Caro Rocha Antunes:
Extinguir um organismo que age há anos, de forma integrada, com técnicos competentes, em várias vertentes e de forma coordenada numa determinada zona e com múltiplos objectivos parece-me, perdoe-me a ignorância, bem mais vantajoso do que dividir para reinar, actuando sem coordenação nem projecto num dos mais preciosos diamantes do Porto e que é património Mundial. Sinceramente não acho que quem está no poder, só por achar o que quer que seja, possa destruir o que existe há décadas, brincar com o esforço das pessoas e desperdiçar mão-de-obra qualificada, competente e experiente – isso chama-se desbaratar recursos.
Depois não vejo como a SRU poderá fazer na zona histórica o que está a fazer em Carlos Alberto (limpar o miolo dos quarteirões e deixar as fachadas). Bem sei que é mais barato, mas nem tudo tem preço nesta vida, e o património e a história do Porto não o têm.
A choraminguice existe, isso sim, de quem se queixa constantemente do Estado e da especulação imobiliária e de que não pode trabalhar porque o Estado o impede. Essa choradeira, é que é triste e não leva a lado nenhum, pois quem é competente no mercado vence sem se chorar – veja-se o Eng.º Belmiro e o BCP.
O problema é que já ultrapassamos a renascença e a ilusão pelos métodos de Maquiavel. E a indignação de quem vê utilizarem-se métodos de terrorismo político e desperdício de recursos, deixando as instituições caírem e estagnarem, para depois justificarem as extinções, sem coragem e com base nos prejuízos criados pelos próprios, é que é muito feia. E se fosse cá fora, na vida empresarial, dava umas falências fraudulentas e uns processos-crime, pode apostar!