De: JA Rio Fernandes - "Nun'Álvares"
A propósito do animado debate sobre o projecto de um engenheiro de Aveiro – que por acaso conheço – para a via prevista no Plano Auzelle de 1972, gostava de lançar três questões:
1. Porque foi dispensado do plano da via e área envolvente o Arq. Victor Mogadouro (autor de intervenções em espaço público premiadas, como na frente marítima de Póvoa de Varzim ou na frente ribeirinha de Arcos de Valdevez)?
2. Porque vêm de novo os arquitectos Siza Vieira e Souto Moura resolver coisas para junto da Boavista: será que se espera que o metro venha a pagar obras de inserção, como na Rotunda da Boavista (apesar da distância a que ficam os carris)? Ou será que ainda não se desistiu de colocar uma empresa de transportes (Metro do Porto), a pagar a avultada indemnização que a Câmara do Porto deverá ter de vir a pagar por contrariar o que já tinha decidido e não deixar construir na parte norte do Parque da Cidade? Para isso, tanto faz linha pela avenida da Boavista, como por Nun’Álvares… desde que atravesse o parque!
3. O dispositivo a que a lei obriga – da perequação – está disponível a consulta? E é claro que nesse processo estão assegurados os meios que permitem que ganhem o mesmo os proprietários dos terrenos onde não se constrói e onde se constrói, variando o valor apenas em função da área do terreno?
De resto, não posso deixar de (continuar) a lamentar o aprofundamento das assimetrias numa cidade esquecida a oriente e onde a ocidente se multiplicam os investimentos do Polis, da Metro, da Porto2001 com a Casa da Música, agora da Nun’Álvares, enquanto eixos essenciais a leste como a já velha Avenida de Fernão de Magalhães ou a nova Alameda de 25 de Abril permanecem esquecidas.