De: Paulo Espinha - "Nó a Estudar!"

Submetido por taf em Segunda, 2007-07-30 20:43

Foi-nos agora possível analisar a “Proposta para a Avenida Nun’Álvares”, e descobrir uma coisa verdadeiramente extraordinária – O NÓ A ESTUDAR! De todas as questões relevantes esta é, sem qualquer dúvida, a mais importante e é exactamente aquela que não está resolvida, ou se está, não está comunicada! Temos um plano de intervenção por causa de uma avenida estruturante, mas não temos a principal questão, relacionada com o quanto estruturante é a avenida, solucionada. Percepciona-se alguma coisa – as duas curvas desenhadas antecipam as viragens em mão. E o resto? Haverá, com certeza, razões válidas. Em particular, a indefinição da Linha de Metro, o impacte sobre o traçado do Circuito da Boavista – enfim, o desenho final da grande avenida estruturante que é a Avenida da Boavista. De qualquer modo, para o perfil transversal previsto para a nova avenida, o nó (que tem que existir entre as duas avenidas estruturantes) deve ser verdadeiramente grandioso.

Nó Avenida da Boavista / Av. Nun'Álvares

Em termos de remate da Via Nun’Álvares, três alternativas se colocam:

  • - Alternativa A - a nova avenida segue até Matosinhos.
  • - Alternativa B – a nova avenida ultrapassa a Avenida mas não chega a Matosinhos.
  • - Alternativa C – a nova avenida acaba na Av. da Boavista.

Em termos de resposta funcional do nó, tem que ser tomada a decisão de priorização sobre o universo dos movimentos origem/destino possíveis de estabelecer.

Por último e também resultado das duas questões anteriores, em termos de características do nó, duas grandes opções se colocam:

  • - Opção 1 – cruzamento nivelado
  • - Opção 2 – nó desnivelado.

Contudo, de modo a avaliar o verdadeiro carácter estruturante da nova avenida, é necessário, por exemplo, fechar o triângulo Marechal Gomes da Costa, Brasil/Montevideu e Boavista. Apurar as matrizes origem/destino: quer por comparação de matrículas nas principais horas de ponta, quer pela realização de inquéritos origem/destino, torna-se fundamental para saber se a via pode ou não vir a funcionar como estruturante. Depois há que integrar esta informação com factores evolução da mobilidade provocada por outros investimentos potenciais e a sua integração na estrutura rodoviária global da cidade. Só assim, existirão dados a 30/40 anos (para além dos da expansão urbana) para apoiar a decisão sobre o nó e, consequentemente, sobre que perfil transversal deve ter a nova via. De outro modo, é decidir por aquilo que parece… Obviamente que se fosse tomada a decisão de fechar a marginal ao tráfego automóvel, parte das questões atrás expostas estavam imediatamente resolvidas, e muito provavelmente em desfavor da qualidade de vida do moradores locais.

A designação de AVENIDA NUN’ÁLVARES já indicia que não será, nem uma RUA, nem uma VIA! Apesar de tudo, já é um começo… Logo, é suposto que alguém já tenha feito os estudos…

Paulo Espinha