De: TAF - "Aleixo"

Submetido por taf em Sexta, 2007-07-27 19:15

O meu interesse já não é de agora, mas infelizmente não consigo ter tempo para seguir como gostaria o que se passa no Bairro do Aleixo. Sempre me fez impressão, contudo, o ambiente fechado em que crescem as crianças do bairro. Daí o meu comentário, que depois mereceu esta resposta, que agradeço. Contudo, devo explicar porque discordo de várias afirmações/sugestões que lá são feitas.

1) Quem lê A Baixa do Porto sabe bem que sou imune a "propaganda autárquica". ;-)

2) Não conheço suficientemente nenhuma das 3 escolas referidas. Admito, por isso, que a APSPBA (até porque "está no terreno") tenha razão quando diz que as diferenças de ambiente não são grandes.

3) Se assim é, e sabendo a gravidade do que se passa no Aleixo, então significa que as 3 escolas (e não apenas a do Aleixo) deverão ser encerradas até que haja uma solução aceitável para elas. Numa idade em que o crescimento das crianças é rápido, cada mês conta. Não se pode estar à espera de algo que pode demorar anos a resolver, pois quando o cenário melhorar já não será certamente para estas crianças de hoje! As crianças deverão ser transferidas para escolas que garantidamente tenham condições para as receber.

4) Não concordo que se aposte na recuperação da escola no Aleixo (e das outras, já agora) se as crianças continuarem imersas numa realidade fechada, mesmo que supostamente com condições um pouco melhores do que as actuais. As crianças do Aleixo devem conviver com crianças de todos os lados, e estas com as do Aleixo. Não é aceitável, de modo nenhum, que se mantenham as pessoas do Aleixo numa espécie de sub-mundo bafiento, sem contacto com o exterior. O que vai contribuir para "arejar" o Aleixo é precisamente as crianças perceberem que há outros ares. É o estabelecimento desses "links", essa "navegação" no mundo real e não no virtual, que há-de trazer nova vida ao Bairro.

5) É completamente estéril estar a tentar perceber quais são as intenções por detrás das decisões. Eu, pelo menos, nem paciência tenho para me dedicar a isso. Limito-me a analisar as situações, ouvir os vários argumentos, e formar uma opinião sobre as decisões a tomar ou a evitar, em função dos resultados que se esperam delas. O que esteve na sua origem pouco me importa.

6) Continuo a afirmar, tal como o fiz aqui, que é fundamental que as pessoas do Aleixo se libertem do vício mais grave, que é o da dependência do Estado. A verdadeira solução é promover condições para que os habitantes do bairro possam deixar de ser inquilinos da Câmara que, como se sabe, é um péssimo senhorio.