De: Rui Valente - "Linha gratuita para os eléctricos da Baixa"
Dependendo embora de comprovada viabilidade económica e da incontornável aceitação pelas partes envolvidas, pessoalmente a proposta apresentada por F. Rocha Antunes para os eléctricos da Baixa agrada-me bastante. Estou convencido que também agradará a muitas mais pessoas.
Este nosso colega de blog lá foi indicando (alertando) algumas das entidades que poderiam suportar o necessário investimento (como: CMP, STCP, METRO), deixando para os comerciantes interessados a iniciativa motriz.
Ora aqui está mais uma óptima oportunidade para testarmos o feedback que tal "dica" irá ter próximo dos vários agentes com interesses e responsabilidades directas e indirectas no assunto. Aguardemos pois, para ver o efeito de mais uma ideia emanante da boa vontade de um cidadão e qual será a atenção e o aproveitamento eventual que os referidos agentes económicos e autoridades lhe vão dedicar.
Oxalá saibam aproveitar este ensejo para finalmente darem sinais aos portuenses de que começam a retirar o algodão dos ouvidos e a aceitar opiniões dos cidadãos.
Só quero ressalvar um aspecto: ao ritmo ultra-lento e desarticulado a que assistimos à restauração (aos remendos, mais adequadamente) da Baixa do Porto - nomeadamente na área habitacional e no reordenamento da circulação rodoviária - vai continuar a ser pouco visível o efeito de atracção a potenciais consumidores, mesmo com uma linha de eléctricos cómoda e funcional.
A menos que os elementos de lazer e comércio sejam verdadeiramente extraordinários (o que se afigura improvável) as pessoas tenderão a fugir dos "palácios" rodeados de edifícios obscuros, mal cheirosos e em acelerado estado de degradação. Os oásis não costumam fixar populações. Haveria que ser ousado e não cair na estafada desculpa que andamos a ouvir desde sempre: "que não se fez mais e melhor por falta de dinheiro". Só faria sentido aceitar este argumento se paralelamente à falta de capital do Estado correspondesse o empobrecimento dos grandes capitalistas, e não é isso que tem acontecido. Logo, tem de se ir buscar o dinheiro onde ele está, e é aí (vá lá saber-se por quê!!!), que os sucessivos governos esbarram invariavelmente. Todos! Será falta de imaginação ou de coragem?
Rui Valente