De: F. Rocha Antunes - "Vistas largas II"
Meus Caros
Acho importante perceber que a diversidade de opiniões é, regra geral, enriquecedora. A ideia de cidade que cada um de nós tem é necessariamente diversa e devemos fazer um esforço para perceber a ideia de cidade que os outros têm, pois têm tanta legitimidade como nós a pensar a cidade de todos. Há quem veja a apresentação da proposta para a Avenida Nun’Álvares como uma afronta, outros como uma coisa que já vem tarde, e cada um dos que se importa com estas coisas (felizmente vamos sendo cada vez mais) tem vontade de perceber melhor o que é.
Eu gostaria que fosse uma coisa normal: há um plano urbanístico que foi feito pelos técnicos, que é apresentado aos cidadãos de forma clara e generalizada como proposta que é para ser discutida, os interessados analisam e opinam, os argumentos são trocados, as propostas de alteração são apresentadas e no fim o plano, com as alterações que forem consideradas pertinentes, entra em vigor e é para ser cumprido. Não temos grande experiência nesta matéria e por isso ainda não apreciamos devidamente os méritos que um processo destes pode ter. Sugiro que façamos todo o esforço de participar com boa fé e bom senso e seguramente a proposta pode ser melhorada, como todas as propostas podem ser melhoradas. Eu, por exemplo, estou muito interessado em perceber como é que se propõe funcionar, neste caso concreto, os mecanismos de perequação de benefícios e encargos.
A primeira parte, decisiva para a qualidade das restantes, é a publicação no site da Câmara da proposta, com todos os elementos que permitam avaliar e perceber as opções tomadas. Aguardemos serenamente pela sua publicação para depois de a analisarmos podermos pronunciar-nos sobre a mesma. Como sugestão, e uma vez que estamos a entrar num período de férias, proponho que o período de discussão pública não se fique pelo mínimo legal e seja estabelecido de forma a vigorar até ao fim da primeira semana de Setembro.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário