De: F. Rocha Antunes - "Eléctricos na Baixa - revisto"
Meus Caros,
Agora que estão a ser implantados os carris que faltavam para completar o circuito entre as duas colinas vale a pena pensar em fazer mais do que se fez até agora, que é muito simpaticamente pôr eléctricos existentes a rolar e pronto.
A ligação entre a zona do Carmo e a Batalha pode ter uma importância considerável na utilização comercial e turística da Baixa. O percurso actual começa no Carmo, desce a Rua dos Clérigos, passa pela Praça da Liberdade em frente às Cardosas, sobe a Rua 31 de Janeiro /Santo António, vira para a Batalha e pára em frente ao funicular dos Guindais. Daí regressa à Batalha, continua por Santa Catarina até Passos Manuel, desce até à Praça D. João I, atravessa os Aliados em direcção à Praça Filipa de Lencastre e segue pela Rua de Ceuta até à Rua de José Falcão, virando para a Praça Guilherme Gomes Fernandes, seguindo até aos Leões e regressando ao local de partida no Carmo, em frente ao Piolho.
O percurso circular permite criar um serviço de transporte público muito eficiente e fiável e que pode ser de enorme utilidade para o comércio. A facilidade de movimentação que este meio de transporte permite ao ligar a parte baixa e as partes mais elevadas, por um lado, e as estações de Metro dos Aliados e São Bento, por outro, bem como a utilização dos parques de estacionamento da zona dos Leões numa área de influência alargada.
Por esse razão, talvez valha a pena pensar em fazer com que esta linha circular seja gratuita, e o custo de exploração ser pago pelos comerciantes e empresas da zona beneficiada. O aumento das vendas e da mobilidade que esta linha de eléctricos poderá induzir facilmente justificam a existência de transporte gratuito em circuito fechado. Estamos a falar de uma área de influência que a pé, sem subidas nem descidas, permite ligar as duas ruas comerciais mais fortes do centro, a Rua de Santa Catarina e a Rua de Cedofeita, e potenciar as localizações comerciais intermédias, como a Rua de Sá da Bandeira, os Aliados e a Rua do Almada.
Claro que os eléctricos actuais, sendo charmosos, não cumprem as condições de acessibilidade, conforto e imagem que me parecem a mais adequada a uma intensa e franca entrada e saída de passageiros. Pode-se fazer um concurso de design para as carruagens, e revelar talentos como quando foi do concurso da Peugeot em que um jovem designer português ganhou o primeiro prémio, até à simples compra das carruagens existentes no mercado que apresentem a melhor relação de imagem, funcionalidade e preço.
Como estamos a falar de uma linha circular de pequena extensão, poder-se-ia, com um número reduzido de eléctricos, dotar a oferta de transporte de uma enorme frequência, para que os utilizadores confiassem e dependessem deste meio de transporte. E como parte da linha utiliza canal que não é acessível ao automóvel, poderá ser facilmente o meio de transporte mais rápido nesta área de influência.
A Associação de Comerciantes, a Câmara, a Porto Vivo SRU, os STCP e o Metro podem enquadrar este investimento. Os comerciantes interessados podem tomar a iniciativa de falar nisto. E nós podemos dar força aqui.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário