De: Paulo Espinha - "Nun'Álvares Parade"
Tenho lido as diversas contribuições de todos e, perdoem-me, ocorrem-me algumas questões.
Em primeiro lugar Vós e Nós:
- - Quantos de vós, moradores em Nevogilde e na Foz do Douro, se deslocam em transporte individual poluente de 4 ou de 2 rodas? Quantos de vós entopem a brilhante solução semaforizada do Pinheiro Manso ou a marginal do Douro? Quantos de vós estacionam caoticamente desde o largo do Cristo Rei até ao Aviz, junto à Juquinha, ao longo da R. Gondarém, etc, etc, etc?
- - Quantos de nós, não moradores em Nevogilde e na Foz do Douro, nos deslocamos a pé, de autocarro, de eléctrico ou de segway, patins ou trotinete, até Serralves, ao Castelo do Queijo e marginal da Foz? E quantos de nós respeitam o limite de 50km/h na Marechal Gomes da Costa?
- - E quantos de nós aplaudem as infiltrações de óleo e chuva ácida no circuito da Boavista, com a consequente contaminação dos solos, já que não sendo uma pista preparada para o efeito, não estou a ver que tenha tratamento de águas residuais, etc, etc, etc? Afinal, quantos de nós contribuem para uma repartição modal saudável e ambientalmente sustentável?
Agora sobre a planta apresentada no Site da CMP e salvo melhor análise:
- - A via passa por baixo da Av. Boavista? Há nó entre as duas? Se há, como é e para que tráfego? Vamos ter mais um semáforo passivo (é que nunca mais se investiu em semáforos activos)? Vão colocar outro semáforo no cruzamento da via com a outra lombriga que aparece desenhada transversalmente?
- - Para quê um 2+2 se a R. Diogo Botelho é 1+1 (mal desenhado, pois não é bem um 1+1, é qualquer coisa que permite velocidades de 120-170km/h, onde se vai estacionando nas margens porque a universidade não foi obrigada a construir um parque de estacionamento adequado)?
- - Com uma via destas, estamos à espera de licenciar quantos milhares de m2 nas áreas remanescentes?
- Estão previstas medidas de acalmia de tráfego ou são apenas as árvores a fazer de railes ou de suporte às gaivotas para gáudio do dono da lavagem de automóveis mais próxima ou então demarcação dos lugares de estacionamento?
- - As passadeiras vão ser tipo todo-o-terreno em paralelo, para que os bólides andem em cima do betuminoso alcatifado – actual moda estúpida cá nas urbes – a ditadura da forma e da textura (cá por mim sou apologista da ditadura do comodismo funcional)?
- - E os caixotes do lixo vão ser italianos, bonitos e rapidamente bio-degradáveis ou de chumbo? A iluminação pública vai iluminar ou vai-nos cegar tal como acontece em túnel recentemente inaugurado no Grande Porto?
- - Relativamente à toponímia estou descansado – as placas verdes até têm piada, ainda que ande a precisar de binóculos para ler a inscrição.
Assim, não se justificando aquilo que estará previsto (noto que não temos os dados de tráfego, análises origem/destino, mas pergunto – quem é que os tem?), também o discurso bacoco do “Deus nos Acuda” não será um exagero? AH, então nós andamos de carro, mas não gostamos dos carros! EH pá, desculpem qualquer coisinha...
2 Propostas Alternativas e 1 Homenagem:
- A - Comprar o teleférico da Expo 98, desmontá-lo e voltar a montá-lo entre a Pr. Império e a Pr. Cidade Salvador.
- B - Implantar um sistema de dupla-catapulta entre as referidas praças. Cadeirinhas direccionáveis, devidamente programadas para alguns pares origem/destino nas imediações.
Em qualquer um dos casos – A ou B, substituía o projecto por um tradicional caminho de cabras, tipo R. Almada, mas agora com um perfil transversal de “0.5+7+0.5+2+0.5+7+0.5” e câmaras de filmar os acidentes directamente ligadas ao “You Tube” e, a meio comprimento, implantava uma COW (daquelas que estiveram em Lisboa) com a seguinte inscrição – “AQUI JAZ A ÚLTIMA COW EM SOLO JÁ MUITO RUMINADO E JAMAIS DESVENTRADO ANTES”.
Vai ser um sucesso! HUNDERTWASSER vai adorar.
Um abraço
Paulo Espinha
Nota: A tradução em inglês é uma homenagem à velha aliança com os ilhéus de lá de cima e que tanto gostam das cercanias cá do burgo.