De: Cristina Santos - "Há ou não contrato no regime transitório?"

Submetido por taf em Sábado, 2007-06-16 17:36

Dada as afirmações polémicas do Sr. Filipe La Féria é natural que as pessoas visitem a Baixa do Porto a fim de obterem mais informações sobre o assunto, que embora não pareça é de extrema importância para a Cidade, já que revela o conceito de rigor e gestão do executivo em funções. À falta de informações por parte do vereador da cultura, e das complexas contrariedades apresentadas pela comunicação social, interessa perceber o que realmente está em causa: investimento, retorno, objectivos concretos, medidas cautelares.

A CMP afirmou publicamente que o contrato com La Féria de concepção do Teatro por 4 anos foi impedido pelo processo judicial em curso. Mas garantiu que o produtor iria ocupar o Rivoli de Maio a Dezembro num regime transitório de acolhimento. O que para já interessa saber é em que consiste esse regime transitório. Não se pode conceder ou autorizar nada sem um contrato, uma licença, ou primeiro faz-se a obra e depois legaliza-se se ela for bonita e útil?

Ao que é que a CMP se sujeita se o espectáculo for suspenso, por exemplo em Agosto?
Qual o montante do prejuízo financeiro se isso acontecer?
Quais as medidas de cautela estudadas para remediar o caso, se ele se demonstrar um verdadeiro falhanço?
As afirmações de La Féria não são para levar em linha de conta?
Andamos a brincar com os investimentos que todos fazem na cidade, ou pensam V. Exas. que um bom teatro não influi no investimento em outras áreas?

Obviamente que todos têm a sua razão, mas interessa perceber o que está em causa, o que se faz na cidade. Rigor, interessa rigor, e a CMP demonstrar que tem alternativas, que estudou o caso e que os portuenses não ficarão a perder, porque tudo foi estudado ao pormenor, quem tem projectos, quem sabe o que faz não tem medo, defende-os. O vereador da cultura tem que explicar isto, estão em causa uns largos milhões de euros, por uma situação que nem é bandeira de campanha, que pode resultar num tremendo fiasco financeiro e cultural.

Pode alguém explorar o Rivoli como se de um café se tratasse e abandonar o barco a meio do percurso sem consequências, é possível isto? Para já é das coisas que mais interessa saber, a possibilidade é concreta. Entregou a CMP um equipamento sem precaver condições mínimas? Está a CMP segura quanto ao investimento? Demite-se em caso de falhanço total?
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Cristina Santos