De: Pulido Valente - "Os enganos de Rio"
A propósito do P.S. que remete para o post do José Silva tenho que lembrar que se as cidades se esvaziam de residentes, na generalidade dos casos isso se deve ao facto de os terrenos terem mais valor para comércio, escritórios e certas indústrias do que para habitação e ainda ao facto de os seus custos, se utilizados para habitação, não baixarem. Portanto o encarecimento do preço dos terrenos acarreta a necessidade de maior concentração de construções com maiores densidades.
Na América os que são expulsos vão viver a dezenas de kms da cidade em bairros de casas de rés-do-chão com jardim (muitas vezes feitas em pré-fabricado de madeira). No caso do Porto nada disto é viável pois está cercado por cidades: Gondomar, Matosinhos, Maia... Portanto há que pensar se queremos transformar o Porto numa cidade de serviços e exportar o pessoal para os arrabaldes (enquanto puderem aguentar) e depois para mais longe (com as consequências no tráfego que se conhecem), ou se queremos ficar com uma cidade proporcionada e tanto quanto possível (agora já pouco) aprazível.
O J.S. confunde a fragilidade do pensamento e dos argumentos de Rio (que se percebem vindo ele de onde vem) com falta de razão o que afasta a conversa do assunto. As eleições não dão especialidade em urbanismo.
Portanto:
As pessoas têm de dizer se querem mesmo só densidade, galinheiros/pombais em altura com as pessoas encaixotadas e sem acesso a espaços exteriores privados convenientes - vulgo caixotes -, ou querem um urbanismo amável, amigo do ambiente e vivível e fruível. Portanto de baixa densidade e com áreas verdes, satisfatórias, bem tratadas.
JPV