De: Cristina Santos - "Autos de Vistoria e carta do empreiteiro"
Ignorando a medida ou o autor da ideia, venho colocar a Baixa a par deste novo conceito, que deita por terra qualquer dúvida que existisse em relação à evolução dos nossos empreiteiros.
Nos últimos meses os proprietários que recebem notificações da CMP para a realização de obras em prédios em risco de ruína, vulgo «autos de vistoria», recebem passados alguns dias a carta de um empreiteiro a oferecer os seus serviços propondo o seguinte:
- - Realização das obras impostas;
- - Compra do prédio notificado por valores que vão desde os 30 mil euros aos 50 mil;
- - Realização de permuta: o empreiteiro realiza as obras, o proprietário fica com uma das fracções, o empreiteiro com as restantes.
Não é que a ideia escandalize, parece até ser um bom processo para a reabilitação do centro histórico, o que os proprietários estranham é que o empreiteiro em questão tenha acesso aos dados da vistoria e à morada para a qual é remetido o auto. Será que esses dados estão publicados em algum lugar que a sociedade civil desconhece?
A existir uma listagem deveria ser divulgada, podem existir mais interessados nestes procedimento. Repare-se que por estes valores e atendendo a que a maioria dos prédios estão semi-devolutos, os jovens e a sociedade civil podem estar interessados em investir nestes negócios, o que tornaria o processo mais lento, mas a escolha mais equitativa. Como disse a estratégia é de alguma utilidade, mas deveria ser divulgada, para que funcionasse como um processo transparente.