De: António Alves - "O Partido do Norte"
Os últimos tempos têm sido prolíferos, muito por causa da campanha que o JN actualmente promove, em notícias e análises sobre a depauperada situação socioeconómica do Norte. A maioria dos opinadores e entrevistados são os mesmos de sempre. Muitos com culpas directas no actual estado das coisas. Uns porque tiveram responsabilidades políticas em governos que promoveram a concentração em Lisboa e nada fizeram para o obstar; outros porque fizeram - e continuam a fazer - incompreensíveis erros de análise (ex: Referendo à Regionalização, Ota, traçado do TGV, etc.). Todos porque continuam a confiar que o actual sistema político-partidário poderá ser veículo da almejada solução. Quando ela chegar já nada haverá para solucionar.
Tenho para mim que a solução só chegará quando o Norte for capaz de fazer emergir um novo partido político que tenha como objectivo principal a união e a autonomia do Norte. Sem esse instrumento, que se quer arrojado e dinâmico, não acredito em soluções satisfatórias. Mesmo que os partidos do sistema venham a promover a sua "regionalização", será uma regionalização feita à medida dos seus interesses e moldada à imagem dos seus comités centrais dominados pelos interesses centralistas. Outros protagonistas são necessários. Protagonistas que não se vendam por um prato de lentilhas.
Entretanto, lá longe, Jardim prepara-se para dar início à sua via catalã sentado naquela que, dizem, poderá ser a sua mais alargada maioria de sempre. Tempos politicamente interessantes se adivinham.
António Alves