De: Cristina Santos - "O paradoxo da Autarquia"
A CMP alegava que a contra-informação difundida em certos meios de comunicação prejudicava o governo da Cidade. Como tal desenvolveu uma série de regulamentos e regras para lidar com o fenómeno, com a voz da oposição e com a Cidade. Limitou as informações do JN, regulamentou a propaganda política e reduziu as Assembleias a casos globais.
Depois de tudo isto, a CMP inverte os papéis e passa ela própria a difundir comunicados que realçam a contra-informação que não teve grande destaque nos meios de comunicação.
Há aqui algo que não encaixa, se o objectivo era aniquilar a má informação e agora que os do contra estão quase calados, porque é a CMP insiste em lhe dar destaque e honras de página principal?
De que adiantou esta perseguição à má informação, se continuamos sem obter informações simples, sérias e independentes relativas a assuntos tão vulgares, por exemplo:
- - Os polidesportivos estão concluídos?!
- - O São João de Deus caiu ou ameaça ruína?!
- - O Metro sempre vai passar na Boavista?
- - O Transparente sempre vai abaixo ou vai ser integrado na nova frente urbana?
- - O parque de campismo da Prelada?
- - O Centro de congressos?
- - Os carris do eléctrico ficam ou vão?
Mas há ainda uma coisa mais estranha, é que no espaço que medeia esta vulgaridade que me está a fazer perder 5 minutos, passam-se na Cidade coisas importantes que ninguém dá conta…
Por exemplo fala-se e vai-se admitindo entre dentes que as construções podem voltar ao Parque da Cidade, dos direitos adquiridos, etc…
O que pretende a CMP ao dar tanto vigor a críticas mínimas, pretende alhear-nos das decisões importantes? Quer fazer-nos acreditar que o presidente leva a sério esta coisa da oposição ou das más notícias nos jornais, sério a ponto de consultar estudos?
O que a CMP pretende ainda não percebi, mas é óbvio que não se trata de calar os críticos, porque quando não os ouvimos a CMP denuncia-os…
Por último a alusão da Câmara:
"Os mesmos especialistas consideram ainda que a descredibilização crescente da linha editorial do JN no Porto tem contribuído para a quebra das vendas, atenuada nas últimas semanas pela distribuição de colecções e, em particular, com a oferta dos cromos dos «Morangos com Açúcar»."
Então o nosso Presidente, homem redimido em despesas que envolvam estudos e pareceres, que segundo ele próprio são pagos a preço de ouro para dizerem umas verdades generalistas, agora anda a contactar especialistas de vendas de Jornais?!
Será que se o JN não alinhar com a CMP corre o risco de se transformar em caderneta de cromos?
Será isso, ou apenas mais uma manobra de divertimento antes da reunião de logo?
Vamos andando e vamos vendo…