De: JA Rio Fernandes - "Centralismo, localismo e regionalização"
A Ponte D. Maria I aí está, há anos, um monumento nacional em risco de ruína, como monumento à incapacidade do centralismo patrimonialista e do bacoquismo municipal.
Felizmente, na Metro o bom-senso parece estar a caminho: com prioridade ao que é prioritário (Laborim e a urgência de uma segunda recolha; Rio Tinto e o “esquecimento” do lado oriental da metrópole) e necessidade de ponderação na gestão dos dinheiros públicos dos metros que não podem continuar a esticar a bel-prazer dos autarcas, estragando avenidas (ainda que por certo tratada pelos nossos melhores arquitectos aos melhores preços da tabela profissional!) e aumentando défices de exploração (alguém consegue demonstrar a viabilidade da linha depois da opção pela linha Matosinhos – Senhora da Hora)?
Pois, regionalização será a solução de todos os problemas e é muito urgente! Tenho sérias dúvidas, ainda que não as tenha sobre a irracionalidade e desvantagem para a metrópole e o Norte da administração que temos. Por mim, confesso esperar e apoiar o Portugal organizadamente desconcentrado (falo do PRACE, da organização sectorial regionalizada e das NUTIII), antes de militar pelo Portugal regionalizado. Como a Ponte D. Maria ensina e o Metro do Porto também, não é com duplos centralismos de governo e autarcas que vamos lá. Mas como outros referendos provaram, não vale a pena precipitações, nem tomarmos qualquer projecto pela solução de todos os nossos problemas: fosse assim tão fácil!