De: Cristina Santos - "Ter vergonha da Autarquia!"
Foram retirados antes da festa os cartazes afixados pela União de Sindicatos a anunciar as comemorações do 25 de Abril. Os cartazes foram removidos ao abrigo do novo regulamento municipal de propaganda política, que segundo a mesma entidade ainda nem entrou em vigor. Fazendo uso da natural liberdade de expressão a USP dirigiu algumas críticas ao comportamento da Autarquia e até aqui tudo normal.
O pior é que, segundo o artigo publicado no jornal Público de terça-feira, a autarquia (como sempre tísica em relação às críticas), dirigiu uma missiva em forma de carta à USP, «dizendo que quem solicita apoios ao município deve abster-se de o hostilizar»...
A Autarquia deduziu ainda que essas críticas visavam demonstrar que este executivo não aprova as comemorações do 25 de Abril, pelo que suspenderia os apoios concedidos à organização (USP) até esta instituição «clarificar uma posição de aceitação ou recusa dos princípios enunciados na mesma carta»
Até ao momento desconhecemos estes princípios, mas logo à partida há um que me parece evidente – Ou se calam, ou não há apoios para festas!
Mas afinal que raio tem esta Autarquia que a torna tão susceptível à voz da oposição?
Será que o Governo também poderá dirigir ao nosso município este tipo de missiva – ou se calam ou não há TGV?
Será que isto é democracia?! Não se pode agora contestar regulamentos e comportamentos públicos sob pena de ficarmos excluidos?!
Ora, Sr. Presidente, em primeiro lugar se não houvesse carta, não havia este post, em segundo lugar V. Exa. está cada vez mais frágil na sua ofegante imposição de poder, o Sr. Presidente deve ter em conta que, se a USP até pode ganhar alguma coisa em estar calada, há muitos que só perdem se continuarem a omitir.
Estamos em liberdade e se uns se calam, os que podem berram viva a liberdade, a democracia e a crítica que até por acaso foi o principal amparo da sua reeleição.
Aproveito ainda, e caso nos esteja a ler, já que lê e ouve todas as críticas, para lhe dar outra sugestão: nem sempre cortar a direito e raso é a melhor forma de re-estruturar, é preciso manter o tal rigor, a selecção e o bom senso que mede a eficiência...
É preciso saber começar de novo, sem precisar destruir tudo aquilo que já se fez, é um questão de encontrar novos desafios.
Opressões nunca, muito menos a críticas verbais, necessárias a um correcto governo e do ponto de vista do respeito completamente inofensivas.
Cristina Santos
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Nota de TAF: Descobri agora que a CMP deve ter achado que desta vez tinha exagerado e resolveu, sem grande sucesso, tentar a posteriori limitar os estragos... Não sei se o caso não constituirá até, em termos legais, motivo para destituição do responsável. Acrescentei acima o apontador para a tal carta.