De: JA Rio Fernandes - "Benfiquistas..."
Aceito o repto do José Silva e, como benfiquista desde tenra idade, ainda que pouco dado a paixões no que é cada vez mais um negócio com contornos muito difusos, agradeço muito o elogio.
Aproveito para informar que, quando me sinto longe de quem decide e em grande oposição ao que fazem e como fazem, assumo publicamente uma posição construtiva mas crítica e eventualmente até ácida (como nos tempos de Barroso e Santana e as incríveis linhas para obras como na Boavista e nos Aliados, o encerramento do CRUARB sem SRU à vista, a “erradicação” de arrumadores, o apoio entusiasta à Associação de Comerciantes, o despejo perto da pousada que Rio vendeu ao grupo Pestana…). Pelo contrário, quando sinto a proximidade aos decisores e muitos pontos de sintonia, como acontece com o actual Governo, procuro influenciar as decisões no sentido que acho melhor, sem fazer disso alarde. Embora a minha influência seja muito pouca e os tempos não estejam fáceis para grandes conquistas!
Como já disse antes, sobre a Ota tenho dúvidas, por reconhecer o interesse nacional num novo aeroporto não longe de Lisboa e perceber que as questões ambientais e a protecção dos sobreiros dificultam imenso melhores opções (porque mais baratas) a sul do Tejo. Mas, se fosse possível, penso que seria melhor para todos, a Norte e a Sul do Mondego, do Douro, ou do Tejo.
Como ainda não disse aqui, mas tenho defendido em várias ocasiões e lugares – como ainda sábado passado em Lisboa na Associação Portuguesa de Geógrafos a propósito do QREN –, tenho procurado influenciar a decisão política (como menos destaque e capacidade que Carlos Lage e Elisa Ferreira), no sentido de existir uma política nacional de discriminação positiva do Norte (além do QREN e do PO_Norte), a pensar não apenas no interesse da região, mas também (ou sobretudo?) no interesse do todo nacional, a quem um Norte mais desenvolvido faz imensa falta.
A esse propósito, já fiz chegar a vários lados e aproveito este espaço para me insurgir contra o recente disparate associado ao novo mapa do ICN que faz com que, se um dia a Serra de Santa Justa (Valongo) vier a ser incluída nos sítios geridos pelo Instituto de Conservação da Natureza, ela fique na dependência regional do Centro! Por outro lado, ao se criar um centro regional do Norte, o que acho muito bem, parece que se vai aproveitar para misturar tudo, passando a tratar todos os espaços de conservação da natureza por igual, desvalorizando o único parque nacional português, que por acaso fica no Norte: o Parque Nacional de Peneda-Gerês. Espero bem que o PNPG continue a ter um director e que passe a ter uma sede no seu interior, como é incompreensível que não aconteça hoje (com a sede em Braga!), propondo-se que a sede tenha lugar no município central do parque (na ligação entre Melgaço e Arcos de Valdevez com Terras de Bouro e Montalegre), o menos valorizado na visita e o de maiores potencialidades face a Espanha e à cooperação com o Parque do Xurés, ou seja, em Lindoso, Ponte da Barca, como sei ter sido proposto pela Câmara há meses e a capital (leia-se Secretário de Estado do Ambiente Humberto Rosa), ainda nem sequer respondeu!