De: Cristina Santos - "Despejos e justiça"
A iniciativa da CMP em pôr fim às condições degradantes em que vivem as 15 famílias do acampamento do Freixo é positiva. Contudo há uma questão que se põe: se está previsto serem realojados em 60 dias, qual é a urgência que impede que se espere 2 meses, para que passem directamente para casas em vez de um desdobramento em pensões?! É dinheiro que se gasta desnecessariamente, quem esperou 20 anos não pode esperar 60 dias?
Mas menos-mal, afinal estas famílias até aceitam como positivo o facto de residirem temporariamente em pensões, disponibilizam-se para pagar rendas e estão conscientes do problema que vivem. Não sei é como poderão sobreviver da reciclagem do ferro e do papelão depois de passarem para os beliches municipais, vão sempre precisar de ajuda, mas é um início, um passo necessário.
Quanto à «magna justiça do país», Rui Rio tem razão, mas na minha opinião onde se vai espantar com a Justiça e com a eficiência desta douta doutrina de contradições, será no caso dos trabalhadores da CulturPorto, em Portugal é praticamente proibido despedir. A justiça do trabalho é dos pólos mais céleres a tomar decisões, esforçam-se imenso para garantir os direitos do trabalhadores e em especial dos sindicatos, a extinção da Culturporto não garante defesa à Câmara. Resta esperar, pode ser que se inicie uma reviravolta na produtividade nacional, um exemplo para o País, ou isso ou avultadas indemnizações que a ironia não paga.