De: JA Rio Fernandes - "Regionalização"

Submetido por taf em Quinta, 2007-03-15 23:57

A regionalização é necessária, mas não a transformemos em mito, porque embora com ela o Estado passe a ter de funcionar melhor, tal não significa necessariamente uma distribuição mais equilibrada da riqueza, com transferência dos mais ricos para os mais pobres, até porque se assim fosse apenas, haveria riscos de todos ficarmos mais pobres: já pensaram à escala intra-regional nas transferências do Porto – com adiamentos maiores ainda do metro… – para os pobres de Marco de Canavezes, Cinfães e Celorico de Basto? De resto, se assim fosse, para que quereriam a Madeira e o Algarve a regionalização?

Relativamente aos nossos protagonistas políticos, sejam Renato Sampaio ou Jorge Neto (e como eles fazem falta, os protagonistas políticos do Norte!), o que é mais preciso é promovê-los e ajudá-los (sobretudo os que têm comportamento de contabilista e de presidente de junta, do tipo Rui Rio) e, se não são bons, apoiemos os melhores que eles, ou se ainda não são bons que chegue e alguém se acha melhor, que se aliste, pelo menos para poder criticar com mais autoridade e mais eco, designadamente dentro dos partidos, essas ignóbeis organizações, no entanto indispensáveis em democracia!

Pela minha parte, insatisfeito com muita coisa, estou satisfeito com alguns protagonistas que, procurando defender o Norte, têm introduzido racionalidade e bom-senso no debate, como Carlos Lage, Rui Moreira e Renato Sampaio, lamentando ainda assim o desaparecimento de Vieira de Carvalho e o afastamento (democrático!) de Fernando Gomes.

No nosso caso (do Porto metrópole multimunicipal), faltando porventura mais e melhores protagonistas, faltará sobretudo um modelo melhor de governação. Mantenho esperanças que ainda em 2007 possa vir a ser obrigatório o presidente da Junta Metropolitana sê-lo por inteiro, sem acumulação com qualquer outro cargo autárquico. O resto - maior projecção e coordenação metropolitana –, espero que venha como consequência e que não tenha efeitos (senão positivos) numa vitória da regionalização em 2009.

Relativamente aos milhões nas SRU’s: não se supunha que o modelo seria público-privado? Não foi para isso que Rui Rio matou o CRUARB? Sendo assim, não faz sentido somar o dinheiro público ao privado?

Rio Fernandes
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Nota de TAF: a questão é que no dinheiro público manda o Governo, no privado não...