De: Paula Morais - "O Porto à escala 1: 25 000 000"
Caros participantes:
Desde há algum tempo que sou uma assídua e atenta leitora deste blogue. Apesar de em muitos momentos ter tido vontade de participar de forma activa neste espaço de partilha de reflexões sobre o Porto, sentia-me impedida de o fazer por uma razão que hoje, confesso, entendo não fazer sentido: pelo motivo de não ter nascido nesta cidade, nem ter nela a minha residência permanente (quer a civil, quer a fiscal). Contudo, pelo facto de ver o Porto, mais exactamente a zona ribeirinha situada entre a ponte da Arrábida e a ponte D. Luíz, todos os dias desde há mais de uma década – moro na colina do Candal, em Gaia –, por nele passar muitas horas dos meus dias, mas sobretudo por ter vontade de partilhar as minhas reflexões sobre esta cidade, compreendi que, afinal, possuo a legitimidade necessária para participar de forma activa nesta plataforma de informação. E foi precisamente o tema da visão do Porto “à distância” que me deu inspiração para esta minha primeira intervenção: o Porto observado à escala 1:25 000 000. Numa época em que nos vários discursos e diálogos sobre o Porto, se incluem conceitos como competitividade, estratégia e desenvolvimento regional ou configuração urbana à escala metropolitana (cfr., por ex. o Relatório “Norte 2015”, cuja versão draft foi recentemente publicada pela CCDR-N), partilho da opinião daqueles que entendem que uma visão orientada única e exclusivamente para o espaço administrativo do município do Porto não é suficiente para concretizar tais conceitos.
Assim, e com a expectativa de que esta minha intervenção possa ser útil a quem partilhar da opinião de que uma observação do Porto a uma escala menor contribui para uma percepção mais sistémica e integrada do território que o envolve, deixo então aqui os endereços de duas plataformas de informação, nas quais o Porto, enquanto centro propulsionador de uma região, e pelas características que possui, já pode ser observado como fazendo parte das configurações territoriais representadas nos mapas à escala 1:25.000.000: o www.espon.lu, da ESPON (European Spatial Planning Observation Network), na qual o Grande Porto é identificado como uma das 76 MEGA (Metropolitan European Growth Areas) da EU 27+2, sendo comparável às aglomerações urbanas de Bordéus, Sevilha e Génova, sendo ainda apresentada como a MEGA da “fachada” atlântica da Europa com mais possibilidades de progressão no ranking da hierarquia urbana da União Europeia; e o www.eurometrex.org, da METREX (The Network of European Metropolitan Regions and Areas), da qual faz parte a Grande Área Metropolitana do Porto, tendo sido inclusive esta última impulsionadora da Porto Convocation 1999, considerada pela METREX como um “evento-chave” para o contributo da dimensão metropolitana no planeamento e desenvolvimento territorial e no ordenamento do espaço a nível europeu, no qual foi celebrada a “Porto Metropolitan Magna Carta”.
Paula Morais
Arquitecta