De: Cristina Santos - "Fim da escola do Bairro"
Não devemos educar as crianças em ambientes condicionados, elas estão em primeiro lugar, vão garantir o nosso futuro. Nos bairros nascem mais crianças do que na cidade inteira. Portanto, estas crianças não podem estar a ser condicionadas pelos pais, pelos avós, pelo ambiente, têm que ser libertadas e em casos extremos obrigadas a frequentar escolas com regras normais e explícitas. Na minha opinião, é urgente acabar com as escolas em zonas problemáticas, deslocaliza-se o problema, não só da educação, mas também da tentativa de integração e minimizam-se as consequências de um contacto contínuo com um ambiente nefasto. Esta deslocalização deve ser feita logo na pré-primaria, para facilitar a posterior integração de alunos nos patamares de ensino seguintes.
Reparem, os problemas de violência contra educadores acontecem no ensino público, e acontecem por norma nas escolas inseridas em Bairros Sociais ou zonas degradadas. Não acontecem no privado porque há noção clara do investimento que está a ser feito, os pais sabem que estão a pagar a educação, sabem que a falta dela trará problemas familiares com os filhos, que não pretendem abandonar mesmo depois de adultos, filhos estes que se estiverem formados poderão ajudar na velhice dos pais. Na escola em contexto de Bairro social não há noção do pagamento, do esforço, do investimento, a única noção é de que o Estado é obrigado a zelar pelos menores. Não há noção das consequências futuras, as pessoas reclamam dos bairros, mas depois nem sequer os filhos querem tirar de lá por escassas horas.
Penso que esta será a forma de uniformizar e melhorar a educação da geração que aí vem, e penso que é nossa obrigação defender as crianças em primeiro lugar, as nossas e as que com os nossos virão a trabalhar pelo futuro do país. As escolas dos bairros não funcionam, servem apenas para livrar temporariamente a sociedade média do contacto com situações graves, devem acabar em nome do futuro, dos direitos e da educação.