De: Cristina Santos - "Tradicional ou Global?"

Submetido por taf em Quinta, 2006-04-20 01:21

Globalização e mercado comum (vulgo capitalismo):

  • - O comércio tradicional hoje está integrado com as grandes marcas;
  • - As cadeias comerciais aprovam franchisings em ruas comuns e as lojas tradicionais, bem sucedidas, fazem-se representar nas grandes superfícies;
  • - O mesmo produto é vendido em várias lojas independentemente destas se situarem em shoppings ou terem denominação comum.
  • - O produto é o mesmo, a associação de comerciantes não pode encarar as grandes cadeias como inimigas.

Globalização do mercado tradicional:

  • - Nas ruas pedonais, as lojas ditas tradicionais aderiram em massa a franchisings europeus ou foram trespassadas a grandes cadeias;
  • - As lojas de primeira necessidade tornaram-se mini mercados e em muitos casos supermercados mini-preço.
  • - As drogarias em lojas dos 300.
  • - No Centro Histórico do Porto continua o comércio a retalho, com lojas a abastecer feirantes e outros vendedores;
  • - O resto das lojas tradicionais estão alugadas a chineses;
  • - O comércio tradicional não morreu, o que está em vias de partir é o comercio antigo, porque tradicional, tradicional só estou mesmo a ver os relojeiros, os labores, as peles, as farmácias, os talhos Boavista, mas esses têm identidade e não me parecem que passem por grandes problemas.

O comércio antigo:

  • - Há comércio antigo que já não cabe na cidade, a Rua do Almada está condenada porque não tem dimensão para o comércio que ai se pratica, aliás é um prejuízo para o estado da via, passeios, para os clientes e para os investidores;
  • - Esta Rua tinha solução se o estacionamento fosse totalmente proibido e o espaço libertado para actividade, em prejuízo dos moradores mas em incentivo ao comércio lá praticado. De resto é impossível continuar a vender equipamentos ou materiais de grande porte sem espaço adequado para cargas e descargas, talvez estas lojas se devessem transformar em simples drogarias. Facilitavam o movimento e em qualquer periferia poupavam custos em deslocações. Mas menos lugares de estacionamento implica roturas no sector de serviços, porque a rede de transportes públicos continua muito longe de abranger a cidade em poucos minutos.

A moeda, o poder de compra e o capitalismo rotativo.

  • - A Moeda comum veio trazer-nos enormes dificuldades;
  • - Não conseguimos produzir e ter produtos próprios que possam ser exportados e comercializados no País, também não temos o retorno que os países altamente subsidiados têm...
  • - Compramos o que os outros produzem porque comprar a granel fica sempre mais barato.
  • - A lei do arrendamento vai revigorar o comércio, não faltarão representantes de cadeias europeias.
  • - Por enquanto a nós resta-nos aproveitar os postos de trabalho, aprender, explorar e depois empreender.
  • - Um dia a Zara vai deixar de ter interesse para a cadeia têxtil e nós podemos nessa data ter poder de compra para a adquirir e transformar.

A Sr.a Laura Rodrigues:

  • - Tem que nos elucidar quanto ao seu conceito de comércio tradicional;
  • - Explicar-nos se admitiria a Zara, a Parfois, ou outra qualquer como associado, ou se recusaria a inscrição por estas serem lojas comuns em grandes superfícies comerciais.
  • - Mais importante que isso tem que explicar quais os benefícios das suas políticas para o dito comércio tradicional. De qualquer forma há que admitir que as palavras da Sr. Laura revigoram sempre o espirito portuense.

Cristina Santos