De: Carlos Araújo Alves - "Lisboetização e João Jardim"
É fácil, barato e dá..., vende, não escandaliza, será poético ou pitoresco, o destino, talvez, ou o fado, sim, é isso, o fado... Ninguém se escandaliza com isto
mas riem, fazem jacota, reduzem ao ridículo a atitude de João Jardim sem cuidar sequer de saber se haverá ou não razões para que alguém se indigne contra o polvo do centralismo.
Não precisarei de dizer que não sou fã de Jardim, mas mais ridículo que esse governante eleito serão aqueles também eleitos e todos que com eles se acomodam que reduziram o país a Lisboa, alheando-se ou escarnecendo daqueles que, não prestando vassalagem ao poder central, porventura sobressaem ou mostram serviço!
Há dias fiz referência a um excelente texto do André Moura e Cunha a este propósito, mas o que melhor ilustra esta nova boçalidade centralista é o desdém e contundente ostracização que os aparelhos partidários, os meios de comunicação, blogues e quase todos quantos em Lisboa se sustentam que devotam a quem, por outras paragens prestou serviço às populações sem cuidar de ir ao beija-mão - Narciso Miranda, Luís Filipe Meneses, Abílio Fernandes, Fernando Gomes e outros. Estes senhores nunca foram condenados em processos judiciais que decorressem da sua actividade política, mas sobre eles fazem recair, continuada e despudoradamente, um manto de suspeição absolutamente serôdio!
Olhem para o que esse quadro quer dizer, olhem para os investimentos do Estado em benefício de Lisboa (basta OTA e TGV, não se percam em mais contas), olhem para o que têm permitido que aconteça a este país! Para já parece que nada acontecerá para além da publicação destas vergonhas, mas não esperem vassalagem nem acomodação para sempre de todos quanto têm, boçalmente, prejudicado. Eu não me sinto representado por nenhum governo central! É tempo de acordarmos o país para a discriminação a estão votadas todas as regiões fora da área metropolitana de Lisboa!
Carlos Araújo Alves
Ideias Soltas