De: Cristina Santos - "Desigualdades empresariais"
Apesar de não conhecer o programa que refere Rui Valente, no meu ponto de vista a empresa local FCP é um exemplo máximo da desigualdade empresarial Porto/Lisboa. O FCP cresceu do nada, com um esforço absoluto. Pegou em «trabalhadores» mais ou menos indiferenciados, formou-os e aumentou excepcionalmente a rentabilidade, apesar de ter um mercado reduzido face ao seu principal concorrente. Cresceu, consolidou-se e passou a exportar o seu produto. Hoje é uma empresa especializada, onde a produção e formação são o principal trunfo.
A sua principal concorrente sediada em Lisboa, dispõe do dobro dos apoios, de mais mercado e meios, foi sujeita a diversos erros de gestão danosa, não produz, não rentabiliza, mas incompreensivelmente mantém-se com o estatuto de maior empresa do género. Isto permite-nos tirar uma ilação, um empresário do Porto é sujeito ao dobro do esforço para manter uma liderança condicionada, aos grandes empresarios de Lisboa basta manter as aparências.
Quanto a processos e outros diferendos, o que verdadeiramente me interessa ver resolvido é as relações do futebol com as autarquias e os dinheiros públicos, do resto não percebo nada de futebol, nem sequer sei o que é um fora-de-jogo, mas constato que penaltis marcados a 2 minutos do final todas as equipas os têm, o FCP concretiza o golo, os outros não. Quanto às caricaturas a Pinto da Costa são positivas, é dos poucos empresários nortenhos a merecer esse destaque.
No que diz respeito ao urbanismo, também tenho uma frase, «onde há trabalho formam-se metrópoles, onde não há trabalho até os impérios se extinguem», foi uma verdade de La Palisse, não é da minha autoria, quem a disse foi Hermano Saraiva, a falar do Império Romano.