De: José Pedro Lima - "Últimos e Primeiros"
Um pouco a propósito e a desproposito do que diz Rui Valente no seu último post:
- aconselho uma ida a Vídeos RTP para verem o “liga dos Últimos”, da RTP-N. O programa fala das desventuras do conhecido Ramaldense, clube “entalado” numa zona nobre da Cidade, com poucas receitas e um património valioso (que creio, não lhe pertence) que muitos querem urbanizar. O desaparecimento destes clubes de bairro é um dos mais tristes efeitos colaterais da desertificação das grandes cidades em favor dos subúrbios. Apesar do registo “light” do programa acabam por transparecer lá muitas das verdades que até aqui são discutidas…
- sobre Pinto da Costa: o que Rui Valente afirma como questão, eu tenho como certeza: Pinto da Costa foi não um dos maiores, mas com certeza o maior português na sua área de actividade. Transformou um clube de bairro, eterno derrotado e condenado a apanhar as migalhas dos outros, num dos grandes da Europa e do Mundo, onde se embate com sucesso com emblemas de muito maior massa crítica e poderio financeiro. Isto é factual, não é uma questão de opinião, pelo que todos deveriam na sua área de actividade tentar ter o mesmo sucesso antes de atirar alguma pedra.
- sobre a Regionalização: ainda não me provaram que a Regionalização seria uma mais-valia e não uma nova camada de “tachos” para os mesmos e/ou de burocracia política. Mesmo das discussões aqui ainda não me convenci que o problema do Porto seja a Regionalização ou a falta dela, independentemente do mapa. A Junta Metropolitana do Porto tem sido uma mais-valia, pergunto? Valerá a pena perder mais um ano ou dois com novo referendo (assumindo que os adeptos da Regionalização o ganhariam)? Se calhar, como tantas vezes refere aqui o TAF, devemos concentrar os nossos esforços no que realmente podemos fazer e não no que eventualmente poderíamos fazer “se”…
Jose Pedro Lima
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