De: Cristina Santos - "Freeport II"
O factor de proximidade é fundamental, se os shoppings são basicamente iguais o cliente visita o que está mais perto. Por outro lado um centro comercial é uma cidade dentro da cidade, daí que o numero de shoppings a instalar dependa do tamanho da urbe, se existirem vários no mesmo centro urbano o resultado é a divisão de mercado. A divisão do mercado faz com que não se gere poupança ou dividendos, o dinheiro passa a ser matéria circulante e em Portugal não se ganha à semana, não há lugar para tantos shoppings num país como o nosso.
O Corte Inglês está situado no centro da cidade de Vila Nova de Gaia e da minha parte não lhe adivinho grande futuro, nem para esse, nem para a maioria dos restantes mausoléus. O mesmo se aplica a Vila do Conde e tantas outras cidades do país. Chego a temer o futuro dessas estruturas e armazéns, o que irá acontecer quando os espanhóis perceberem que as receitas não cobrem as despesas e encerrarem portas ou permitirem depreciações dos espaços.
Os autarcas deviam ter a noção de que ao permitir a instalação de uma unidade dessas dimensões, devem ter planos concertados para o desenvolvimento e aumento da população, caso contrário estão a hipotecar grandes espaços, que se em vez de mini-cidades se tornarão bairros de delinquência e outras problemáticas. E nessa altura só restará demolir.
Vamos ver, mas dá-me ideia que o Freeport é o primeiro de muitos.
Cristina Santos
Ps. Agora um àparte relativo ao Corte Inglés, não sei se é verdade uma vez que o meu avô nos últimos anos confundia as memórias, mas é engraçado porque costumava dizer que no tempo do Salazar ia ao Corte Inglés e comprava tudo o que queria, do bom e do melhor, o escudo valia mais do que a peseta, não percebia como é que os espanhois tinham poupado tanto do seu dinheiro. Pois...