De: Cristina Santos - "O Metro e as bicicletas"
Numa destas conversas de almoço, em que vendedoras lisboetas fazem questão de referir os seus bons hábitos cosmopolitas, encontrei um argumento de peso para a urgência de implantar o metro na Avenida da Boavista.
Dos lados da capital entre outras coisas argumentava-se que o metro de Lisboa permitia o transporte de bicicletas, gratuito e em horário alargado. Do meu lado, insistia-se que isso era trivial para o Porto, a ideia tinha sido nossa e até tínhamos sido premiados por permitir o transporte de bicicletas gratuito, em qualquer horário, em qualquer percurso desde que a bicicleta coubesse na carruagem!
Isto estava a correr-me muito bem, até que um portuense argumenta que o transporte de bicicletas até pode ser permitido, mas que não é constatável no dia a dia, que só viu uma vez uma bicicleta no metro e que julgou tratar-se de uma infracção. Ora este argumento nem parece de um portuense, é óbvio que ainda não são transportadas muitas bicicletas no Metro do Porto porque as ciclovias ficam na Foz e o metro não chega lá. Quando o metro chegar ao Parque da Cidade com certeza que serão vistas mais bicicletas a circular, e com certeza em maior número do que as que circulam em Lisboa... Ou, se não for bem assim, pelo menos aparenta-se, que é o que os lisboetas fazem quando chegam cá.
Agora o que é urgente é fazer chegar o metro aos locais de recreio e lazer - às ciclovias, às praias e aos parques, para que tudo funcione em cadeia e de acordo com o propósito para que foi criado.