De: Correia de Araújo - "E vai quase tudo..."

Submetido por taf em Sábado, 2007-01-20 11:15

Gaia vai ganhando aos pontos enquanto o Porto descansa e espera!... e começo a acreditar que já não há volta a dar, a menos que se mudem os protagonistas da nossa portuense (des)governação.

Quando lia o post de TAF, algures pelo Natal, a propósito de uma sua deslocação ao "El Corte Inglés", não pude deixar de me lembrar da enorme tontaria que foi não deixarem fazer aquele investimento no Porto (supostamente em nome da defesa do comércio tradicional)... quando são milhares e milhares (e então no Natal isso notou-se sobremaneira) os portuenses que, pacatamente, apanham o Metro (pára lá mesmo à portinha) e vão até Gaia fazer as suas compras ao "El Corte Inglés", contribuindo, deste modo, e ainda mais, para o esvaziamento das ruas do Porto e consequente empobrecimento do seu já depauperado comércio. Foi mais uma genial acção dos nossos ilustres (des)governantes locais!

Ora, já foi tempo em que Gaia tinha muito mais a ganhar do que o Porto sempre que se realizavam projectos comuns.
Hoje, acredito ser precisamente ao contrário, pois não tenho dúvidas que o Porto tem mais a ganhar se, por exemplo, viermos(?) a ter uma ponte pedonal ou se tivéssemos aderido ao projecto do teleférico ligando as duas margens. Por isso, permitam-me que discorde parcialmente de TAF quando diz "Lá está, Gaia faz realmente parte do Porto". É que, na realidade, trata-se do "El Corte Inglés" Gaia-Porto (e não Porto-Gaia), como também assim é com o Hotel Meliá Gaia-Porto e não Porto-Gaia, etc., etc. (e os exemplos sucedem-se e começam a ser mais que muitos).

Não sei, então, e em consciência, quem faz realmente parte de quem? Se Gaia do Porto ou se é este que vai, cada vez mais, começando a fazer parte de uma Gaia urbana, cosmopolita, cultural e turística, em plena pujança e afirmação. Temo até que a fusão das freguesias da zona histórica do Porto seja um primeiro passo para que todo o Porto se transforme numa só freguesia... do concelho de Gaia (já se vê!).

PS: Procurei, neste texto, não citar directamente Rui Rio para não ferir susceptibilidades, e, em particular, a de alguns leitores... apenas me limitei a transcrever a minha opinião, toda ela praticamente factual.

Correia de Araújo