De: David Afonso - "Exemplos"

Submetido por taf em Sexta, 2007-01-12 18:15

Numa pequena incursão à web, à vol-d'oiseau, encontro logo de chofre três ideias simples que poderiam inspirar o Porto.

1. A Câmara do Porto propôs a redução substancial de várias taxas de modo a incentivar a reabilitação na Baixa. De imediato, Gomes Fernandes sugere que o ideal seria pura e simplesmente as eliminar. Do ideal ao real vai um longo caminho, sabemos nós, mas a verdade é que há já quem o tenha feito. O exemplo vem de Seia - que já constituiu a sua própria SRU – onde a autarquia oferece a total isenção de taxas nas obras de reabilitação. [Info via Rua de Heráclito]. Quando exemplo vem dos pequenos...

2. Outro exemplo vindo dos pequenos: via PNED (Porto e Noroeste em Debate) cheguei a Amarante! A autarquia aderiu à tecnologia wireless e não me refiro ao edifício, mas a todo o centro histórico. Lê-se no site municipal: «Com a implementação da rede, a Edilidade amarantina procurou ir de encontro às necessidades dos públicos turísticos que procuram Amarante para as suas férias, fins-de-semana e viagens de lazer ou negócios; pessoas em trânsito; residentes nas áreas cobertas e utilizadores de equipamentos, estabelecimentos de restauração, esplanadas e espaços públicos, constituindo esta iniciativa um factor diferenciador no contexto regional, potenciando a atractividade e a competitividade da cidade de Amarante, colocando-a em sintonia com a Sociedade da Informação e do Conhecimento e criando um ambiente favorável ao desenvolvimento e crescimento económico». Era este tipo de discurso que não me importava de ouvir por cá. Uma sugestão: cobrir a Baixa inteira com uma rede deste género deve ser complicado, no entanto começar por uma área delimitada pode ter efeitos muito positivos. Do meu ponto de vista, essa área deveria ser a Sé, já que será – de longe – a área da baixa mais deprimida e a área sobre a qual a SRU se tem debruçado mais nos últimos tempos. Se a ideia é modificar radicalmente a percepção negativa que se tem da Sé e de renovar a sua população (fala-se em residências de estudantes, por exemplo), então o melhor a fazer é dotá-la de trunfos.

3. Este outro exemplo já não vem dos pequenos, mas dos pares. Via Um Sítio: Bilbao promove concurso para vinte projectos para jardins ou espaços verdes distribuídos pela cidade. Há coisas fantásticas, não há?

PS: Os últimos acontecimentos no Rivoli são perturbadores. Em primeiro lugar, quero expressar aqui a minha solidariedade pelos 38 funcionários da ex-Culturporto. Não mereciam nem o despedimento, nem a forma como foram tratados. Em segundo lugar, devo dizer que estou muito preocupado com o que vai acontecer no futuro imediato (e não só): o Rivoli, sem funcionários, tem condições para assegurar os eventos programados até à tomada de posse de La Féria? E o que acontecerá se a providência cautelar do PS surtir efeito? Teremos o teatro fechado?! Tudo leva a crer que a autarquia recorreu novamente à estratégia da fuga para frente, em busca do facto consumado legitimador. Afinal de contas, quantos túneis de ceuta cabem nesta cidade?

David Afonso
DoloEventual
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Nota de TAF: "cobrir a Baixa inteira com uma rede deste género deve ser complicado" - não, não é. ;-)