De: Rui Valente - "Honestidade!"
Há um ditado que diz: "mais vale cair em graça do que ser engraçado".
Embora ainda não consiga compreender bem porquê, o certo é que para alguns portuenses (cada vez menos), este provérbio cai que nem uma luva a Rui Rio. A cidade nunca esteve tão velha, pobre e deprimida como agora e, mesmo assim, continua a haver quem o aprecie! É espantoso, quase um fenómeno.
Ainda há quem queira ampará-lo como se de um bébé indefeso se tratasse. Ainda há quem diga que Rui Rio não verga, como se o homem fosse o único exemplar de seriedade vivo à superfície da terra. Ainda há quem, timidamente, lhe dirija algumas críticas, mais parecendo louvores, porque são quase sempre acompanhadas de um piedoso galanteio à sua integridade moral. Assim, não vamos lá.
Não consigo igualmente entender onde se vislumbra a tão publicitada seriedade de Rui Rio, quando, confrontado com o problema do shopping Bom Sucesso, não tem dado grandes sinais de rigôr nessa matéria, limitando-se a fazer mais do mesmo. Ou seja, se é verdade que o processo que foi movido à autarquia portuense pelo Arqº. Pulido Valente remonta a mandatos precedentes ao de Rio, não é menos verdade que, tendo em conta o teor do referido processo (que tenho acompanhado), a obra é mesmo ilegal e Rui Rio em vez de cumprir com as suas obrigações, limita-se a defender o que me parece já não ter qualquer defesa! Se a obra é ilegal (apesar das tradicionais resistências) como irá ser provado, porque não cumpre ele a Lei? Será que a sua seriedade tem preço? Será esse preço, o correspondente ao valor das indemnizações anunciadas? Às tantas, é mesmo, e então aí a agulha da seriedade talvez esteja mesmo a vergar e acabe por partir! Aguardemos.
Vamos aguardar também,o resultado das suas serenas contestações à transferência A.P.I. para Lisboa. Isto, se o chegarem a ouvir, porque como todos devemos concordar, o governo central costuma ser duro de ouvido e não está muito habituado a dar resposta célere a protestos diplomáticos. A história do Porto fala por si. Frequentemente, nem com berros lá vai. O Porto, a cidade do liberalismo, aquele Porto genuíno que desprezou o absolutismo miguelista e o escorraçou, teve de pegar em armas para defender a liberdade. E não foi apenas contra os espanhóis... Não se esqueçam disso! Nunca!
Rui Valente
PS- Fica aqui prometido que não volto a falar de Rui Rio, desde que me prometam fazer o mesmo, para o bem e para o mal. A personagem não merece, de facto, tanto.