De: Alexandre Burmester - "Alteração dos trajectos dos STCP"

Submetido por taf em Quinta, 2006-12-21 19:17

A anunciada alteração dos trajectos dos STCP está desde logo a dar origem às reclamações típicas de uma sociedade que assim se manifesta sempre que se muda alguma coisa. Não sei se com ou sem razão, mas desconfio…

A introdução do Metro (Eléctrico moderno), vem obrigatoriamente alterar a estrutura de movimento dos transportes públicos. A pergunta óbvia é se nesse estudo se introduziram as novas migrações dentro do espaço metropolitano. É notória a ancestral ideia dos STCP, que sempre fizeram passar todos os trajectos pelo centro da cidade, num movimento concêntrico e centralista, contrariamente à possibilidade dos movimentos circulares. Antigamente o maior número de deslocações tendia para o Centro da cidade, e hoje contrariamente constata-se que as deslocações são fundamentalmente entre as cidades limítrofes.

Até hoje vivi em diferentes áreas da cidade e trabalhei noutras tantas, mas nunca consegui até hoje encontrar um transporte alternativo ao automóvel. E não me refiro à possibilidade de apanhar apenas dois transportes, no mínimo são três, com a agravante de ter de passar sempre por locais fora de mão. A impressão que tenho, e que sempre a tenho mantido, é que quem dirige o trânsito é primo de quem estabelece os trajectos dos transportes públicos. Vivem num tão grande emaranhado de conceitos e de incompetências, que esquecem com regularidade que a linha mais curta entre dois pontos ainda é uma recta.

Se calhar tudo isto é bem pensado e bem estruturado, apenas a informação é que ainda não atingiu cá o povo. Infelizmente estas entidades públicas ainda pertencem ao século passado e ainda não perceberam que, se não envolvem os utentes nas suas opções e estratégias, só podem depois queixar-se de si próprias quando sofrem dos “males” da Democracia.

Nota:
Tenho pena de ver desaparecer a famosa linha do “78”. Sempre que se queria mostrar a cidade a alguém era só sugerir o uso desta carreira. Afinal desde Matosinhos até ao Hospital de S. João, passando pelo Centro era uma completa volta turística. Acho até que esta linha devia ter direito a uma história, um romance ou algo do género, além de que ela só por si era a prova viva da competência dos serviços públicos.

Alexandre Burmester