De: Frederico Torre - "Uma correcção e uma crítica"
Antes de mais, a correcção. Não posso deixar de corrigir a Cristina Santos quando refere o preço dos bilhetes para o circuito da Boavista. O preço base destes era de 10€ e não de 50€ como refere, para além de que era possível assistir de graça em inúmeros pontos do circuito.
Tendo feito parte da organização (como voluntário) deste evento no Porto, não posso deixar de referir que uma das melhores coisas que ele sem dúvida teve foi a sua capacidade de atrair população de todos os níveis sociais. Nao me consigo esquecer de, no domingo de manhã do dia de provas, não conseguir chegar aos diversos sítios de venda de merchandising devido à quantidade de pessoas que se amontoavam nos pontos onde era possível ver o circuito de graça.
Pessoalmente, acho o circuito óptimo para a cidade, sem ser nenhum salvador. Com uma potencial grande vantagem sobre algumas das outras actividades que têm aqui sido defendidas como mais merecedoras de "subsídios" da Câmara: a capacidade de no futuro poder viver sem esses subsídios!
Um subsídio do Estado tem de ser para isso - eventos, serviços ou produtos que tenham a capacidade de um dia existirem por si e preferencialmente gerar um retorno que compense esse mesmo subsídio. Claramente, não era isso que acontecia com os subsídios para o teatro. Aí, muita gente acomodou-se e deixou de tentar passar essa barreira que é a capacidade de sobrevivência por si só. Por isso, nada mais justo do que retirar esse subsídio. Propunha até algo diferente - que todos os subsídios fossem dados mediante um projecto limitado no tempo após o qual este tinha de ser capaz de se sustentar. Aí, conseguíamos garantir que ninguém se acomodava, sob pena de se acabar a galinha dos ovos de ouro (que em Portugal é sempre o Estado!). E por favor não me venham com comentários do género "Enquanto houver uma criança sem médico de família não se constroi a OTA" (autoria do Dr Durão Barroso). Isso é de uma tal limitação que nao merece resposta.
Não critiquem as poucas coisas que parecem bem feitas, falem daquelas (e não são poucas!) que ainda se fazem mal!
Com o maior respeito,
Frederico Torre