De: Cristina Santos - "Circuito da coerência"
O circuito teve sucesso em 2005, mas trata-se de um caso isolado, não encontra resposta no estado geral da Cidade, mas é um princípio, um princípio que deve ser mantido quando o Executivo mudar, deve até ser complementado por outras iniciativas de iguais proporções, para que a Cidade não definhe.
Não é preciso acabar com o circuito, necessário é que o evento faça sentido no projecto para a Cidade. Agora se isso é coerente com as explicações que Rui Rio apresenta para outras áreas, pode vir a ser, se devidamente adaptada.
A cultura e os eventos devem ser para as massas, devem atingir transversalmente todas as classes principalmente as mais desfavorecidas, costuma dizer o Executivo. Ora os bilhetes para o circuito custam entre 50€ a 100€, só são acessíveis à classe média-alta, se o proveito for canalizado para Bairros e Escolas, o seu efeito torna-se transversal.
O circuito cativa público internacional, principalmente o de Espanha. No fim de semana passado fomos invadidos por espanhóis e nem sequer tínhamos a Cidade preparada, imagino os vizinhos a correr debaixo das caleiras furadas, nos buracos no passeio, mas nada está perdido porque o magnífico evento vai apagar essas cenas da memória dos espanhóis, que se sabe é pouco trabalhada e exigente. E é certo que eles não ficaram mal impressionados pela escassa iluminação de Natal, vão voltar para as corridas, encherão as bancadas, porque eles até enchem as bancadas nos rallies em Montalegre. Vão e vêm, tem dinheiro para isso, um dia pode ser que comprem casa de férias por cá, quem sabe.
Por último, o Circuito atrai pessoas com poder de compra, com grandes carros, que apreciam casinos e diversão, o evento vai gerar um enorme retorno... numa qualquer cidade cosmopolita que ofereça essas mais valias, quem sabe uma Cidade Espanhola.
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Cristina Santos