De: David Afonso - "Grafitos"
1. Pelas paredes do Porto têm aparecido grafitos alusivos ao movimento Rivolivre, contestando a privatização do Rivoli. Até aí tudo bem, até porque eu gosto de grafitos (só lamento a péssima qualidade de algumas imitações que por aí andam) e a causa é justa. No entanto, tudo tem um limite. Na foto temos um grafito (aliás, um stencil) que foi feito sobre uma parede do Palácio Conde Vizela projectado pelo arquitecto Marques da Silva, uma das maiores glórias do panteão da cultura portuense. Os meus amigos rivoltosos que me perdoem, mas para filistinismo militante já nos basta a Câmara. Vão lá limpar essa porcaria, s.f.f.
2. Só agora tive oportunidade de ver a entrevista do Dr. Rui Rio na RTP. Creio que houve por ali um grande equívoco: nem a "jornalista" fez perguntas e nem o Presidente da Câmara deu respostas. Àqueles que não gostaram do desempenho da "jornalista" devo observar que entrevistar um Presidente da Câmara do Porto tendo por médium o Dr. Rui Rio e o seu projecto pessoal (eu, eu, eu, eu,...) não deve ser uma tarefa fácil.
3. O Pedro Aroso tem todo o direito a gostar destas coisas de desporto automóvel e tal, mas cá entre nós: não acha desconcertante que a mesma autarquia que se entretém a cortar nos subsídios à produção cultural, se arme ao mesmo tempo em promotora de espectáculos automobilísticos? Vá lá, sejamos honestos, isto não lhe parece tudo-nada inconsequente?!
David Afonso
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