De: Tiago Oliveira - "Corrida para a morte"

Submetido por taf em Quarta, 2006-12-13 01:58

Agora que se confirma a definitiva transformação do perímetro do parque da cidade (outrora destinado à residência de elevada qualidade ambiental) em Circuito da Boavista (uma prova do Campeonato do Mundo de Turismo), torna-se também claro aquilo que move o Dr. Rui Rio. Um parque urbano (designação que só será correcta após a conclusão da frente urbana do parque) transformou-se no espaço que está dentro de um circuito, um enclave que nos dias de corrida (que segundo o presidente não vão parar de aumentar para que os turistas não fujam) se transforma num espaço inacessível, barulhento e massacrado pelo odor do combustível queimado gratuitamente. Um desporto poluente que interfere com o uso que os Portuenses fazem dos seus espaços (e não com o uso que faz o Dr. Rui Rio). Uma prova primitiva na forma violenta como se relaciona com o meio ambiente. Uma prova que, a realizar-se no Porto, deveria servir para qualificar espaços no perímetro da cidade profundamente degradados e não para destruir ainda mais as conquistas espaciais da Porto 2001.

No que diz respeito à destruição das conquistas da Porto 2001, vivo na convicção que o Dr. Rui Rio a vai pagar bem cara, pagará muito brevemente ao perder as próximas eleições e pagará para sempre ao ficar na memória por ter contribuído para a construção de uma cidade culturalmente irrelevante.

Seja como for e já que o Dr. Rui Rio ama os números, continuo a aguardar a resposta para a seguinte pergunta. Afinal quanto pagou a CMP pela (estranha) requalificação da avenida, pela pavimentação em asfalto do restante perímetro, pela instalação de sistema de videovigilância, pelos (poluentes) 4x4 da CMP que faziam publicidade ao evento, pelas bancadas, pelos módulos de betão e pela publicidade? E quanto facturou?

Será que com esses milhões o Dr. Rui Rio poderia ter procedido à requalificação do parque escolar que tanto o preocupa? Quanto gastou a Câmara do Porto em auto promoção? Eu prefiro continuar a ter espectáculos de qualidade mundial (qualidade essa que não pode ser o Dr. Rui Rio com o seu irrelevante currículo a avaliar) do que carros que destroem as conquistas da cidade.

Tenho a certeza que nenhuma pessoa neste mundo vai associar o Porto às corridas de automóveis, nem hoje nem nunca, os produtos que o mundo do turismo associa ao Porto estão culturalmente enraizados. O presidente está com as raízes cada vez mais fragilizadas. Tenham calma meus amigos... ele vai murchar e tombar.