De: TAF - "A falta de jeito"
Rui Rio tem um talento especial para ser deselegante e desagradável, mesmo quando toma medidas eventualmente acertadas. É que, da maneira que as anuncia e aplica, agrava o clima de aparente guerrilha constante entre o Executivo e a cidade… Um Presidente de Câmara que cria tão má imagem da (e na) região não percebe qual a missão que lhe foi confiada pelos munícipes. Tratando-se de quem se trata, nem vale a pena tentar explicar-lhe.
Veja-se o caso do fim dos subsídios. Parece-me genericamente bem. Sem conceder subsídios uma Câmara não cai tão facilmente em tentação de fazer favores aos amigos, não se calam possíveis vozes contestatárias com um apoio “simpático”, não se criam vícios nem dependências que são piores do que drogas.
Mas faz sentido anunciar a decisão neste tom, qual Guardião da Virtude? Como se todos os subsídios fossem mal utilizados? Para logo de seguida dizer que afinal pode haver “situações altamente excepcionais”?
Não me canso de repetir que é a sociedade civil que tem de resolver os seus problemas, até porque da Administração Pública já não há muito a esperar (eu já ficava contente se não nos complicasse a vida…) E o que faz a Oposição? Em vez de se mexer e mostrar que é capaz de resolver os problemas com imaginação, limita-se a queixar-se dele, "o Mau", e a entrar em depressão. Estão bem uns para os outros...
Por exemplo, haverá alguns grupos de Teatro (mas provavelmente apenas uma minoria deles) que merecem apoio. Por que razão não hão-de ser os próprios cidadãos e empresas do Porto a angariar as verbas que completem as receitas insuficientes de bilheteira? Se o caso é assim tão importante para a cidade, não existirá sequer uma minoria mais esclarecida com capacidade para suportar estes custos, num mecenato nem que seja informal? Das duas uma: ou a cidade não merece os artistas que tem, ou os artistas não merecem o apoio que reclamam.
Obriguemos a autarquia a concentrar-se nos assuntos que exclusivamente lhe cabem, e avaliemos o Executivo pelo seu desempenho nisso.