De: Rui Valente - "A Praça Marquês de Pombal"
Caros participantes
Já passaram pela Praça Marquês de Pombal? Não? Então, façam o favor de por lá passar e de olhar bem para aquilo que é suposto serem canteiros para flores e plantas. É de uma tristeza confrangedora! Aquela praça já está concluída há uns meses e o ambiente "típico" de inacabado permanece a olhos vistos. De que estará à espera a autarquia? Será assim tão dispendioso o arranjo digno daquele jardim?
Numa época em que as consciências parecem finalmente começar a despertar para as questões ambientais, por cá persiste o desprezo pela natureza. Tal como na nova marginal de Matosinhos, na marginal de Leça também não querem nada com árvores. Cimento e alcatrão, para certos "experts" da nossa praça, são o paradigma do progresso e do bem estar social. Se calhar, as árvores toldam os horizontes dos ambiciosos...
Ah, se eu fosse árvore... A ser tão secamente renegada por alguns humanóides, fazia-lhes a vontade suprema, desaparecia das suas vistas cegas e insensíveis, ia para bem longe, deixava-os em paz na companhia dos seus bunkers e das suas inóspitas avenidas, até sentirem o ar rarefeito comprimir-lhes os pulmões e perceberem definitivamente que não é através do betão que se obtém o oxigénio.
Pena é que quando a natureza responde a estas agressões (como, de ano para ano, se constata acentuadamente) seja injusta e arraste nos seus flagelos reactivos milhares e milhares de inocentes. Pena é que a natureza ainda não seja capaz de fazer justiça de forma selectiva. Aí outro galo cantaria...
Rui Valente
PS-De facto, Luís Filipe Menezes devia estar do lado de cá do Douro. Mas, tanto melhor para o outro lado do Porto. Tanto melhor para os gaienses.