De: Pedro Baganha - "Justiça aos arquitectos do Porto"
Perdoar-me-ão os caros intervenientes mas é de uma terrível injustiça dizer-se que a circunstância dos arquitectos do Loop serem de Lisboa se deve ao facto de "cá no Porto está tudo parado, até os arquitectos", ou ainda que "o problema está em arranjar arquitectos no Porto que não achem que reabilitar a Baixa é um bicho-de-sete-cabeças", ou qualquer outro conservadorismo menos explícito, como referem Pedro Lessa e Cristina Santos.
Para que conste o processo de escolha dos técnicos deste edifício foi alvo de um prévio concurso de ideias. Nele participaram, obviamente, alguns arquitectos portuenses. Acontece que o promotor decidiu pela proposta do Pedro Costa e da Célia Gomes: será, no seu entender, a que melhor defende o produto que quer comercializar. Quer isto dizer que os arquitectos do Porto estão parados ou têm uma atitude crítica no que respeita à recuperação do centro, ao executivo, etc? Não. Quer apenas dizer que circunstancialmente houve uma solução escolhida por um promotor para o Porto cuja autoria é de lisboetas. Quantos concursos são ganhos por arquitectos do Porto para o Porto e fora de portas?
Parecer-me-ia mais prudente, de futuro, não se começarem a generalizar acusações, críticas ou insinuações a um conjunto de profissionais antes de se conhecerem os contornos básicos do que se fala. Mais justo seria, certamente.
Pedro Baganha