De: Tiago Oliveira - "Último Loop"
Cara Cristina
Porque de uma forma geral a arquitectura moderna portuense tem sido profundamente destruída, tenho tendência para a proteger mais do que a arquitectura da “Mouzinho da Silveira” essa sim profundamente abandonada e de difícil rentabilização imobiliária (edifícios tipologicamente difíceis, envolvente insalubre, etc etc etc etc), o edifício do futuro Loop não se encontra de todo nas mesmas condições.
A Praça D João I e respectivo edifício Atlântico eram projectos de grande qualidade arquitectónica. Há uns anos o banco proprietário do edifício Atlântico fez uma operação de renovação de fachada terrível contra a qual ninguém se insurgiu. Agora, um promotor projecta um edifício, isolado, com uma lógica que começa e acaba nele mesmo, e que fundamentalmente “grita” demais para um simples edifício de habitação em contexto consolidado.
As reflexões tontas que tenho lido sobre o tema arquitectos Porto VS Lisboa são no mínimo tontas. Os arquitectos do Porto andam efectivamente a trabalhar por detrás das fachadas do século XIX com pequenos mas muitos proprietários que juntos fazem indiscutivelmente a cidade. Este edifício para a cidade assim como os seus arquitectos farão parte de um contexto de excepção potenciado por um edifício de fácil reconversão e consequentemente de grande potencial económico.
Até breve.