De: Pedro Figueiredo - "Gesthēmani ou jardim das oliveiras"
Sim, Pedro Aroso e resto do blog: podemos trocar umas impressões sobre o "Passeio dos Clérigos" encimado por um Gesthēmani ou jardim das oliveiras.
"Pessoalmente" - acho bem o jardim. Gosto. E gosto da escala (insólita) das oliveiras (são cá coisas minhas). "Historicamente" - houve de facto ali um jardim com oliveiras, mas também um Mercado, um Mercado "do Anjo". Acho que gostaria mais quando nos foi prometido que seria "uma coisa "às ondas e ondinhas" conforme os primeiros 3D. Mas também sabemos para que servem os 3D: sempre para "a imagem", não para a realidade futura efectiva, antes para uma comercialice prévia, não para a substância propriamente dita.
Comparando com o clérigushopping, é um upgrade funcional de 180 graus. Porque o clérigushopping apesar da "imagem" infelizmente bastante (mal) desenhada, com as suas cúpulas e etc., enfermava de um mal que é um mal que eu reconheço em obras de estilo minimalista (apesar de não ser esse o caso, mas esse "mal" lá estava. Nalgumas obras minimalistas sacrifica-se de todo a função em prol da "anulação" intencional do objecto, da obra perante o contexto urbano prévio. E esse virar de costas às ruas e à urbanidade envolvente (apesar das tais "cúpulas") foi mortal para o sucesso comercial desse clérigushopping... que é como quem diz, em linguagem de gente e não de arquitecto: "ninguém passava por lá", porque as ruas-em-si eram ao lado / aliás, nem sequer os peões reconheciam haver esse edifício, tal era minimal o (suposto) minimalismo.
Agora foi feita a correcção com uma passagem urbana alternativa entre dois pontos que fazem (urbanamente) sentido: a torre e a Lello. "Já tem sentido passar por ali". Aqueles perfis de ferro são demasiado desenhados mas não é isso que desvaloriza este upgrade.
"Politicamente" - é insólito também o jardim ter - acabadinho e prontinho - ficado fechado / fechadinho ao uso público 1 ano? Ou foram dois?... Rio deixou para Moreira a sua inauguração. Tudo bem. Amigos são amigos. Não é esse o ponto. Fomos sim privados do seu uso durante demasiado tempo sem nenhuma justificação (plausível).
Quem é Domingos Névoa exactamente? - Não é o senhor ilibado por tribunais que consideraram "legal" corromper para actos lícitos?