De: SSRU - "Respostas curtas"
Cara Cristina Santos, todos perceberam que não criticamos a futura intervenção na Praça de Lisboa, só a referimos porque se tratou de mais um concurso promovido pela CMP/SRU que deu em apenas um concorrente. Até mencionámos o exemplo do Mercado Ferreira Borges (a Cristina já viu o Mercado hoje?) e não dirigimos uma única palavra ao consórcio. Prometemos para breve um artigo inteiramente dedicado à Praça do Anjo, essa que "agradecíamos" que não tivessem feito em 1990 a intervenção que fizeram e que não tivessem deixado "desmantelar", em plena luz do dia para quem quisesse ver, já neste século. Prometemos-lhe que não faremos qualquer tipo de crítica avulsa mas como sempre colocaremos a questão "como se o dinheiro fosse nosso".
Caro Francisco, nós (SSRU) vivemos uma triste condição, já o sabemos. E vamos estragar tudo se lhe dissermos que já conversamos tanto consigo sobre isto e não souber ainda assim quem somos. O Tiago já lhe respondeu, de facto, de uma forma que mais ninguém fez, com grande lucidez. Mas veja, quando votamos somos um número e o nosso voto é secreto. Quando pagamos impostos somos de novo um número e o nosso dinheiro, que não chegamos a ver, é anónimo e vai para um saco, para ser gasto por políticos incompetentes que deixam a nossa rua chegar a este estado. Quando estamos doentes somos uma cor, "de preferência" amarela ou laranja, para sermos atendidos depressa e não sermos contaminados por outros doentes, nas cinco horas que esperamos na sala de espera de uma urgência. Quando nos manifestamos não temos rostos, somos apenas mais uns na mole humana que é obrigada a lutar por aquilo a que tem direito (e por isso não deveria lutar). E quando morremos, caro Francisco, passa-nos o azedume e a nossa vesícula já não é obrigada a lutar mais (foi por isso que deixamos o quarteirão D. João de fora, por agora). Quanto à Praça de Lisboa, as perguntas que temos não são para si! E não respondeu às nossas questões, nem sequer com bugalhos...
Abraços da equipa SSRU